top of page

Ereškigal

Ereškigal é conhecida como “Rainha do Grande Submundo [lugar abaixo]”. Embora não tenhamos muitos registros de reza à deusa, ela aparece amplamente registrada em textos mitológicos. Em “Gilgameš, Enkidu e o Submundo”, Ereškigal  recebe sua parte para reinar (o submundo) após a criação do mundo. Um dos exemplos mais famosos de textos mitológicos que narram sobre Ereškigal é “A Descida de Inanna ao Submundo”. Inanna aparece como irmã de Ereškigal e seu oposto. 

 

Uma característica de Ereškigal é que ela não pode sair do submundo, por isso, é necessário que se vá até ela. Para tal, há um ritual de passagem pelos portões do Submundo que consiste em despir-se de roupas e adereços a cada portão (7 ao total). Essa espécie de “rito de passagem” é descrito em  “A Descida de Inanna” e “Nergal e Ereškigal”. Este último texto conta o encontro sexual entre o deus Nergal e a Deusa do Submundo, que durou 7 dias e noites até o retorno de Nergal ao céu - no fim da história, Nergal fica no Submundo com sua amante para todo sempre.

 

Um exemplo de registro da vida cotidiana que aparece a função e assimilação da deusa pela sociedade é “The Grave Inscription of Queen Mullissu-mukannišat-Ninua”, o texto da sepultura da rainha Mullissu-mukannišat-Ninua, esposa de Assurnasirpal II:

 

“No futuro, ninguém - nem uma mulher da corte ou uma rainha - deve ser colocada dentro (meu caixão). Este caixão de pedra não deve ser removido de seu lugar. Quem retirar este caixão de pedra de seu lugar, o espírito não receberá oferendas funerárias com (outros) espíritos. (Fazer tal coisa) é um anátema para Šamaš e Ereškigal.” (HALTON & SVÄRD, p. 165, 2018).

Fontes: BLACK, Jeremy; GREEN, Anthony. Gods, Demons and Symbols of Ancient Mesopotamia An Illustrated Dictionary. Londres: The British Museum, 2004.

HALTON, Charles; SVÄRD, Saana. Women's Writing of Ancient Mesopotamia An Anthology of the Earliest Female Authors. Cambridge: Cambridge University Press, 2017.

 

LEICK, Gwendolyn. A Dictionary Of Ancient Near Eastern Mythology. Londres/Nova York: Routledge, 1991.

bottom of page